22 agosto 2006

Alone in the Dark

Estar sozinho é uma arte. Não levem para o lado pessoal, só porque agora moro sozinha. Não é isso. Estar sozinha no meio da multidão é algo excepcional, útil e necessário. Mas não vale ficar alheio pensando nas contas a pagar, no que tem a fazer. Nem no estado depressivo, de isolamento e alienação. Estar sozinho é outra coisa. Algo a ver com pensar na vida e na morte (psicopatas e suicidas fora: refiro-me a questões filosóficas, não na morte de alguém!), na origem do universo e no nada. Estar sozinho e pensar nada é a glória suprema.

A questão é que estar sozinho é sim uma arte, mas a expressão é um engodo. Estar sozinho é na verdade estar consigo mesmo, e é aí que a coisa pirulita. Para alguns, estar consigo mesmo, de pendurado de cabeça numa ponte ou jogado no fundo de um poço é a mesma coisa: desespero, medo, solidão. Então o segredo de aprender a estar sozinho, no meio do povo ou no chuveiro, no meio de um desfile de Sete de Setembro (marchando, inclusive!) ou entre as quatro paredes do próprio quarto é esse: estar de bem consigo mesmo. Para que esse encontro seja calmo, alegre e produtivo. Vão por mim.

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Yes, I’m back. Internet em casa, e me achando o último biscoito do pacote de trakinas.

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