29 janeiro 2014
Oi. E adeus.
Oi. Passei aqui para dizer que sinto a falta de nós. Dane-se se tu vais descobrir que és tu (se bem que às vezes penso que vai ter um ou outro 'se achão' que vai pensar que é pra ele também, hahaha).
Às vezes ainda me lembro da primeira vez que te vi. E, engraçado, não lembro da última. Porque, tu sabes, a gente conversou sobre isso, quando eu decido esquecer, eu esqueço. Eu já não lembro do teu gosto, e sei que, em algum lugar ficou a memória do teu cheiro, mas é o tipo de lembrança que já me confunde. Outro dia senti um cheiro gostoso, um perfume que eu sabia que conhecia, e confesso que pensei: "será que é o dele?". Não sei.
Sinto falta do jeito que enrolavas o meu cabelo no calor, e sinto falta daquele beijo rápido e apressado de tchau, e sinto falta dos sorrisos ocultos, quando só a gente entendia a piada e não queria espalhar para mais ninguém. Sinto não ter tido uma despedida à altura do que a nossa história merecia. Sinto falta da nossa conversa, sinto falta do seu carinho, sinto falta dos cuidados. Das tuas mensagens no celular. Mas, sabe, escrevendo agora,notei que sinto falta da história, do sonho, das atitudes. De ti, não. Não posso sentir falta de alguém que nunca existiu fora de mim.
28 janeiro 2014
Terra arrasada
Eu li esse "Manifesto pela ocupação amorosa dos corações vazios" e achei tão bonito. Mas, desde que eu o li, tem algo incomodando aqui dentro. Eu li, achei bonito, como quem cruza por uma casa bonita na rua, admira, e segue em frente. Sem impacto nenhum. Sem despertar um sonho, sem fazer vibrar a vontade de ter algo parecido para mim de novo.
Isso me assustou. Porque muita gente me pergunta porque estou sempre sozinha ("uma mulher tão inteligente, tão engraçada, independente, vejam só"). E eu sempre respondo, com a maior sinceridade, que me sinto bem assim. A minha vida tá tão boa, com tanto amor de outros tipos, e um trabalho que me permite ser feliz, que não vejo espaço, mesmo, para mais ninguém no momento. Claro que volta e meia me questiono se é realmente não querer ou medo de querer, e quase sempre o não querer vence na análise racional.
Mas, ao ler esse texto, incomodou perceber que é mais que não querer. Eu não acredito mais. Eu vejo os namoros felizes dos amigos, os casamentos duradouros, as pessoas apaixonadas, e acho lindo, mas não acredito. E não é medo de sofrer, que isso eu nunca nem tive, acho que vale mais a pena quebrar a cara do que não viver. Não é problema de autoestima, por achar que eu não mereço ser feliz - até porque estou feliz agora. É justamente por não conseguir acreditar que alguém vá me fazer ainda mais feliz, do jeito que EU mereço.
O autor fala ali e compara o coração à terra fértil, e doeu em mim - romântica inveterada - perceber que as sucessivas cheias, secas e queimadas da última ocupação, ao que tudo indica, transformaram o meu em terra arrasada. Sei lá, talvez ainda renda uma plantação de soja :)
Isso me assustou. Porque muita gente me pergunta porque estou sempre sozinha ("uma mulher tão inteligente, tão engraçada, independente, vejam só"). E eu sempre respondo, com a maior sinceridade, que me sinto bem assim. A minha vida tá tão boa, com tanto amor de outros tipos, e um trabalho que me permite ser feliz, que não vejo espaço, mesmo, para mais ninguém no momento. Claro que volta e meia me questiono se é realmente não querer ou medo de querer, e quase sempre o não querer vence na análise racional.
Mas, ao ler esse texto, incomodou perceber que é mais que não querer. Eu não acredito mais. Eu vejo os namoros felizes dos amigos, os casamentos duradouros, as pessoas apaixonadas, e acho lindo, mas não acredito. E não é medo de sofrer, que isso eu nunca nem tive, acho que vale mais a pena quebrar a cara do que não viver. Não é problema de autoestima, por achar que eu não mereço ser feliz - até porque estou feliz agora. É justamente por não conseguir acreditar que alguém vá me fazer ainda mais feliz, do jeito que EU mereço.
O autor fala ali e compara o coração à terra fértil, e doeu em mim - romântica inveterada - perceber que as sucessivas cheias, secas e queimadas da última ocupação, ao que tudo indica, transformaram o meu em terra arrasada. Sei lá, talvez ainda renda uma plantação de soja :)
08 janeiro 2014
Mergulho
Eu mergulhei para não ficar sem ar
sufocada que andava de certezas
Precisei lembrar do quanto duvido
um dia esquecer de ti
Precisei do teu abraço e teus braços
para lembrar o quanto devo ficar longe
Precisei da tua voz por perto
para lembrar do quão silenciosos devem ser
todos os "eu te amo" que não digo
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