09 outubro 2009

Liberdade sem felicidade

Não que eu não vá aproveitar, não que eu não vá sair, passear, mas...

Enzo viajou ontem. Por 20 dias. 20 dias longe. E antes dessa viagem eu pensei em tudo que eu poderia fazer: ir ao cinema, ver TV, dormir até tarde, almoçar mais tranquila.

E ontem, depois de deixá-lo no aeroporto, de repente me pareceu que não era tão importante assim dormir. Que é muito melhor estar cheia de sono, mas acordar com as mãozinhas do Enzo tentando abrir meus olhos, e acordar com ele cantando, e acordar com ele abraçando a girafa de pano que fica no berço dele, dizendo “iiiiiiiiiii”.

E de repente ir ao cinema não parece mais tão interessante. Soa muito mais gostoso ficar assistindo Discovery Kids sentada no chão, com o Enzo no meu colo, enquanto eu faço cafuné e revejo (porque metade do que passa no DK é repetição) pela 10ª vez o Mister Maker ensinar como fazer um porta-lápis enfeitado com miçangas.

A hora do almoço, agora tão tranqüila, sem horário, perdeu o sabor. Sinto falta do estresse de tentar fazer esse menino comer (meu deus, criatura, abre a boca!), da felicidade dele ao ouvir “vamos escovar os dentes” e de ficar olhando ele mastigar por horas a escova.

E sair... é bem mais divertido quando digo pro Enzo: “vamos sair, no carro?” e ele já se levanta e sai dizendo “Bibibibibibi”, louco pra entrar logo e ir passear.

Sim, eu sei. Faz pouco mais de 24 horas, só. Mas a saudade de um filho não se mede assim...

Um comentário:

Alexandre Perin disse...

Para determinadas questões, o tempo é apenas relativo. A medida de tempo, uma mera formalidade. Sentimentos são atemporais, fora de contexto. Em uma outra dimensão.

Momentos felizes parece que foram ontem, e ocorreram há décadas.

E a saudade nos força a lembrar como se anos se passaram, quando apenas alguns minutos lhe separam daquele instante...