31 maio 2009

Querido diário

Hoje senti falta de ter um diário. Tanta coisa dentro de mim para escrever... Mas nada que eu queira/deva publicar aqui :P

24 maio 2009

A vida imita a arte

Lua adversa

Cecília Meireles

Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha

Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

20 maio 2009

Que livrou eu sou?

Descobri que sou praticamente uma biblioteca... A maioria das pessoas tem como resultado um livro só...

http://educarparacrescer.abril.uol.com.br/leitura/testes/livro-nacional.shtml


Resultado

Você é... "Carmen – Uma biografia", de Ruy Castro

Boa história é com você mesmo. Adora ouvir, contar, recontar. As de pessoas interessantes e revolucionárias são as suas preferidas. Tem gente que liga para você só para saber das últimas fofocas. E confesse: com seu jeitinho manso e detalhista, você dá aos fatos um sabor todo especial. Além disso, não se contenta em reproduzir o que já foi dito. Por isso, se fosse um livro, você só poderia ser uma boa biografia, daquelas que faz os leitores deitarem na rede do fim de semana e se entregarem às peripécias de uma grande personagem. Aliás, você já pensou na profissão de repórter? Ou de escritor?
"Carmen – Uma Biografia" (2005), sobre Carmen Miranda, é uma das aclamadas biografias publicadas por Ruy Castro, também jornalista e tradutor, considerado um dos maiores biógrafos brasileiros.


"Antologia poética", de Carlos Drummond de Andrade

"O primeiro amor passou / O segundo amor passou / O terceiro amor passou / Mas o coração continua". Estes versos tocam você, pois você também observa a vida poeticamente. E não são só os sentimentos que te inspiram. Pequenas experiências do cotidiano – aquela moça que passa correndo com o buquê de flores, o vizinho que cantarola ao buscar o jornal na porta – emocionam você. Seu olhar é doce, mas também perspicaz.
"Antologia poética" (1962), de Drummond, um dos nossos grandes poetas, também reúne essas qualidades. Seus poemas são singelos e sagazes ao mesmo tempo, provando que não é preciso ser duro para entender as sutilezas do cotidiano.


"Morte e vida severina", de João Cabral de Melo Neto

Às vezes você tem uma séria vontade de estapear as pessoas, só para fazê-las acordarem e perceberem as injustiças deste mundo. Como podem viver em seus mundinhos banais, quando há quem passe fome e totalmente à margem de qualquer conforto ou assistência? Esta talvez seja a sua maior revolta. Por isso, você tenta fazer a sua parte. Talvez por meio de um trabalho voluntário, participando de movimentos populares ou somente se exaltando em rodas de amigos menos engajados. De qualquer maneira, você consegue de fato comover pessoas com seu discurso apaixonado e, ao mesmo tempo, baseado numa lógica de compaixão e igualdade que ninguém pode negar.
Essa missão é mais do que cumprida pelo belo "Morte e vida severina" (1966), poema dramático escrito pelo pernambucano Melo Neto que se tornou símbolo para uma geração em conflito com as consequências sociais geradas pelo capitalismo selvagem.


"No país da piada pronta", de José Simão

A tragédia do cotidiano te faz rir para não chorar. E por que rir sozinho, não é mesmo? Você logo convida quem estiver por perto a rir com você. E consegue! Divertido e inteligente, você garante que a maioria de suas piadas é, sim, de bom gosto. E que não concordem os mal amados de plantão! Não que você seja alienado ou não perceba o sofrimento dos outros, muito pelo contrário. Mas, muitas vezes, o melhor remédio é mesmo dar uma boa gargalhada.
O colunista-humorista José Simão, do jornal Folha de S.Paulo, reúne em "No país da piada pronta" (2007) verbetes de dicionários criados por ele, como o do tucanês e do lulês.


18 maio 2009

Retorno

Quando o amor voltar à minha porta, não quero que ele bata. Quero que ele entre de mansinho, cômodo a cômodo e, quando eu der por mim, encontre-o no sofá da sala, já instalado, com um copo de vinho na mão.

Não quero mais que o amor entre com arroubos e gritos. Isso já aconteceu e acabou com polícia, reclamação dos vzinhos, a casa revirada.

Quero um amor cálido. Que não seja morno, mas que também não queime.

Quero um amor para sempre.

13 maio 2009

Crise existencial

Nem menininha, nem mulherão
Nem jovem, nem velha
Nem favorita, nem azarão
Nem mãe de família, nem livre e independente
Nem fracassada, nem case de sucesso
Nem na pista para negócio, nem em recesso
Nem melhor amiga, nem solitária
Nem perto, nem distante
Nem calada, nem falante
Nem praia, nem campo
Nem árvore, nem flor
Nem Floripa, nem Porto Alegre

Os 30 anos servem para eu ver
Tudo o que eu não sou.

04 maio 2009

Eu quis ser sol

poeminha antigo, para não deixar isso aqui tão parado


Um dia eu quis ser sol
E brilhei para os teus olhos
Iluminei teus dias com meu sorriso
E aqueci tua pele alva

Um dia eu quis ser sol
E achei que seria o centro da tua vida
E pensei que teríamos a eternidade
Quentes, cálidos, lava


Um dia eu quis ser sol
E aí chegou a noite
E fui obrigada a me pôr.

Hoje, eu me contento em ver a lua.